A demência alcoólica é uma doença que se caracteriza por problemas de memória e do comportamento, assim como problemas de orientação.
Além de cirrose, câncer, doenças cardiovasculares…um consumo importante e regular de álcool também pode ser um fator de risco para demência.
A relação entre a demência e o álcool necessita de pesquisas suplementares, mas resulta provavelmente do fato que o álcool causa danos permanentes ao cérebro.
Portanto, continue a leitura e entenda mais sobre o que é demência alcoólica, suas causas e como lidar com um familiar com demência!
Entenda a demência alcoólica
O álcool tem efeitos no funcionamento do cérebro a curto, médio e longo prazo, e um deles é a demência alcoólica.
Recentemente, foi publicado um estudo mostrando que o alcoolismo crônico multiplica os riscos de demência por 3 e por 2 para o mal de Alzheimer.
Tenha em mente que consumir mais de 6 copos por dia para os homens e 4 para as mulheres, é considerado como alcoolismo crônico.
Portanto, a demência alcoólica é um tipo de demência causada pelo consumo excessivo de álcool ao longo do tempo.
Ela pode causar problemas cognitivos, como dificuldade de pensamento, memória e raciocínio, e também problemas comportamentais, como mudanças de personalidade e dificuldade de controlar impulsos.
Vale ressaltar que o álcool tem um impacto direto nas células do cérebro, gerando uma falta de julgamento e dificuldade em tomar decisões.
Problemas de nutrição que acompanham geralmente o uso prolongado de álcool podem ser um outro fator contribuinte, pois partes do cérebro podem ser lesionadas por carências em vitaminas.
Causas da demência alcoólica
A demência alcoólica é causada pelo consumo excessivo de álcool ao longo do tempo, uma vez que o álcool pode causar danos ao cérebro, levando a problemas cognitivos e comportamentais.
Existem alguns mecanismos pelos quais o álcool pode causar danos ao cérebro, tais como:
- Toxidade direta: O álcool pode causar danos diretos às células cerebrais, gerando problemas de memória e raciocínio;
- Desnutrição: O uso excessivo de álcool pode acabar levando à desnutrição, o que pode afetar o funcionamento do cérebro;
- Dificuldade de absorção de nutrientes: O álcool tem impacto na absorção de nutrientes importantes para o cérebro, como vitamina B1 (tiamina), o que pode comprometer questões neurológicas;
- Alteração no nível de neurotransmissores: O álcool afeta a produção e liberação de neurotransmissores, desencadeando problemas cognitivos e comportamentais;
- Dificuldade de regular a pressão arterial: O álcool pode também interferir na capacidade do corpo de equilibrar a pressão arterial, o que pode levar a danos cerebrais.
Enfim, é válido mencionar que o uso excessivo de álcool, de forma prolongada e consistente, é um fator que contribui consideravelmente para danos no cérebro e causar demência alcoólica.
Quais os sintomas da demência alcoólica?
A confusão é talvez o sintoma precoce o mais evidente da demência alcoólica, mas essa confusão é também acompanhada por problemas de memória.
As pessoas com demência podem se lembrar de maneira mais detalhada de eventos que aconteceram há muitos anos, mas não são capazes de se lembrar de algo que acabou de acontecer.
Vale a pena mencionar aqui uma experiência pessoal e assim, fica mais fácil de entender na prática os sintomas de uma pessoa com demência alcoólica:
“Passei a experiência de demência alcoólica com meu pai, que na época tinha 78 anos. O primeiro sintoma foi contar as mesmas histórias ou fazer sempre as mesmas perguntas, e sem se lembrar da última pergunta que fez.
No momento de uma conversa, ele repetia a mesma coisa 20 vezes, e sem se dar conta que repetiu tantas vezes.
A princípio, achamos que era uma coisa da idade, mas quando passou a se tornar algo muito frequente, foi o momento que resolvemos pedir ajuda, principalmente por conta da confusão mental e perda da coordenação”.
Todos esses sintomas podem variar de pessoa para pessoa, inclusive podem vir intercalados com momentos de total lucidez, ou seja, estava em posse plena de suas faculdades mentais.
O mais importante quando se trata de demência alcoólica é ficar atento aos primeiros sinais, antes que os danos se tornem irreversíveis.
Como é feito o tratamento de demência alcoólica?
O tratamento da demência alcoólica geralmente envolve a combinação de tratamento médico, psicológico e de reabilitação. O objetivo principal é tratar os sintomas e interromper o uso de álcool.
- Tratamento médico: os médicos podem prescrever medicamentos para aliviar os sintomas da demência, como na questão da memória, concentração e problemas de comportamento. Eles também podem tratar outras condições médicas relacionadas ao uso de álcool, como doenças do fígado, por exemplo;
- Terapia: A terapia pode ajudar a tratar os problemas de comportamento e emocionais associados à demência alcoólica, como ansiedade, depressão e problemas de relacionamento. A psicoterapia e grupos de apoio também podem ajudar a tratar a dependência do álcool e ajudar na prevenção de recaídas;
- Reabilitação: A reabilitação pode incluir programas de tratamento residencial e ambulatorial ou até em uma clínica de recuperação sp, pois ajudam a tratar a dependência do álcool e os problemas de saúde mental associados à demência alcoólica.
A reabilitação também pode incluir terapias ocupacionais e de reabilitação cognitiva para melhorar a capacidade das pessoas para realizar as tarefas diárias e melhorar a qualidade de vida.
É importante frisar que a demência alcoólica é uma doença crônica e progressiva, e o tratamento é geralmente de longo prazo.
Por fim, o tratamento precoce é a chave do sucesso do tratamento. Se medidas forem tomadas cedo e os danos ao cérebro leves, os pacientes podem apresentar melhoras ao parar de beber e adotando uma alimentação equilibrada.
Portanto, o tratamento da demência alcoólica compreende parar a ingestão de álcool.
Conclusão
Compreendendo agora tudo sobre demência alcoólica, assim como as causas e principais sintomas, tenha em mente que quanto antes for iniciado o tratamento, menores serão os danos ao cérebro.
Parar de beber permitirá evitar uma perda suplementar da função cerebral e dos danos aos nervos.
Além disso, a melhora da dieta alimentar do paciente pode ser útil, mas não substitui a abstinência alcoólica para prevenir outras demências alcoólicas.
