Conheça as fases do vício e consequências

Ao conhecer as fases do vício, fica mais claro entender que a dependência é uma doença progressiva, ou seja, se instala de forma gradual. A boa notícia é que, embora a dependência seja incurável, os tratamentos para dependência química estão cada vez mais eficazes, capazes de minimizar os efeitos. O ponto é que a dependência é instalada, o usuário perde todo controle sobre suas decisões e julgamentos, e se não tratada, seus efeitos podem ser devastadores. Para que você possa entender as fases do vício e as consequências da dependência, vale a pena continuar a leitura e conferir!

Quais as fases do vício?

A instalação de uma dependência envolve três fases do vício:

A busca pelo prazer

A primeira fase resulta da ativação do circuito cerebral da recompensa pela substância consumida (ou prática realizada), e tal circuito está sob a dependência da dopamina. A repetição do consumo vai condicionar a pessoa e das descargas de dopamina vão ser liberadas progressivamente, já prevendo a recompensa. Assim, a reprodução da situação associada ao consumo ou à prática vai favorecer um novo consumo. Essa é a fase da busca pelo prazer, e ao mesmo tempo outros neurotransmissões são modificados em paralelo, como aqueles da serotonina e endorfinas. Portanto, essa é uma das fases do vício que leva ao aumento da tolerância a essa substância e uma sensação de abstinência quando a substância não é consumida.

Um estado emocional negativo

A segunda fase é aquela onde a taxa de dopamina liberada a cada uso diminui progressivamente, deixando o circuito da recompensa muito menos sensível a todas as moléculas que o estimulam normalmente. Por outro lado, as descargas repetidas de dopamina conduzem a uma modificação do funcionamento da amigdala do cérebro. Consequentemente, a pessoa fica mais estressada, com emoções mais negativas. Além disso, o que proporciona prazer torna-se menos motivante e apenas um aumento da dose da substância pode satisfazer o circuito da recompensa e aliviar as emoções negativas. Essa é uma das fases do vício que está associada a uma perda progressiva da plasticidade cerebral, ou seja, a capacidade dos neurônios de se reorganizar entre eles para integrar novas informações.

A perda do controle

Durante o último estágio, a alteração dos circuitos da recompensa e das emoções é tal que os processos controlados pelo córtex pré-frontal são modificados. Principalmente os processos relacionados às capacidades de tomada de decisão, de autocontrole ou da capacidade de resistir aos desejos de usar a substância. Essa fase de perda de controle (ou craving) explica as recaídas repetidas, mesmo quando existe o desejo de parar. Saiba que a observação da ressonância do cérebro de pessoas dependentes mostra uma diminuição dos fluxos sanguíneos, uma menor ativação de áreas envolvidas na motivação, memória, condicionamento e emoções. No entanto, não ainda está claro se esse desequilíbrio funcional é uma predisposição que precede o desenvolvimento da dependência, ou se resulta simplesmente do uso crônico da droga. Enfim, essas são as fases do vício, e que ao final, a dependência é instalada.

Quais as consequências da dependência?

Conhecendo quais as fases do vício, é importante ter em mente que a dependência gera inúmeras consequências que se instalam em um período mais ou menos curto e que podem ser muito graves.

Riscos imediatos ligados à substância/prática

Euforia, perda de controle, diminuição do estresse…os efeitos variam de acordo com a substância ou a prática. Um risco imediato associado ao uso excessivo, em certos casos, é de coma ou overdose. Estudos mostram o risco de acidentes letais em caso de uso abusivo de álcool, e se a pessoa tiver usado outra droga, como a maconha, esse risco é multiplicado por 15. Em um segundo momento, se instalam os sintomas decorrentes do uso crônico e repetido, associados aos fenômenos de tolerância e abstinência.

Consequências no dia a dia

Passadas as fases do vício, e após a instalação da dependência, existem também as consequências comportamentais. O consumo invade aos poucos a vida cotidiana da pessoa dependente e pode ter repercussões na sua vida familiar, nos seus relacionamentos e no trabalho. Elas levam a um maior risco de isolamento, marginalização, estigmatização, perda do emprego…

Complicações a longo prazo

Os vícios têm consequências médicas, psicológicas e psiquiátricas a longo prazo. Problemas de memória, de atenção, impulsividade, entre outros, e transtornos de humor, principalmente a ansiedade, se instauram gradativamente. Além disso, as complicações são especificamente relacionadas a certas dependências, por exemplo, contaminação por HIV e hepatite no caso de drogas injetáveis.

Tratamento: abstinência e acompanhamento

Tendo em vista as fases do vício, saiba que o tratamento de uma dependência é multidisciplinar e, geralmente, envolve o uso de medicamentos, terapia individual e em grupo, grupos de apoio e um acompanhamento. A primeira etapa do tratamento consiste na desintoxicação, que pode vir acompanhada de crise de abstinência, e muitas vezes, exigem um monitoramento 24 horas. Normalmente, é necessário o tratamento medicamentoso, a fim de atenuar os efeitos que a falta da substância pode causar. Paralelamente, a psicoterapia é indispensável, que pode se basear em diferentes abordagens: terapia cognitivo comportamental, terapia de família, psicodinâmica, entre outras. Tenha em mente que em determinados casos, esse tratamento deve ser feito em uma clínica especializada, como a clínica de recuperação sp. Simplesmente porque são profissionais que conhecem profundamente as fases do vício e quais as abordagens terapêuticas mais eficazes, propondo então um tratamento personalizado. Não existe uma “receita” mágica para o tratamento da dependência, mas o sucesso depende essencialmente da motivação do paciente para se livrar do vício, da melhora de suas condições e de sua autoestima.

Conclusão

As fases do vício evoluem progressivamente, e não é em todos os casos que levam à dependência, uma vez que existem alguns fatores de risco envolvidos, onde algumas pessoas são mais suscetíveis do que outras. O mais importante é ficar atento a mudanças de comportamento e outros sinais que possam indicar o início de uma dependência, e procurar um suporte profissional especializado o mais breve possível!

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