Conheça o tratamento involuntário para dependência

Antes de nada, saiba que o tratamento involuntário é indicado para casos críticos, em situações em que o dependente coloca em risco sua vida e a de outras pessoas. Para os familiares, não é uma decisão fácil, mas isso talvez seja pela falta de conhecimento das situações em que há a necessidade de internação involuntária. É importante estar atento a todos os sinais e comportamentos, e ao perceber que a pessoa perdeu seu senso crítico, esse é o momento. Portanto, continue a leitura e esclareça todas as suas dúvidas sobre tratamento involuntário e entenda a importância de buscar ajuda!

Quando solicitar o tratamento involuntário?

Uma dúvida comum se refere a quando solicitar o tratamento involuntário, e a resposta é simples: Quando o nível de dependência está em um grau tão elevado que a pessoa assume comportamentos que colocam não somente a sua vida em risco, mas também daqueles à sua volta. Sendo assim, quando o usuário perdeu o controle de seus atos e sua capacidade de julgamento, não é capaz mais de tomar decisões. Nesse momento, o papel da família ou responsável é buscar ajuda e decidir por ele. Embora possa parecer uma medida radical, muitas vezes é o tratamento involuntário vai salvar a vida daquela pessoa. Confira, a seguir, as condições médicas que possibilitam a internação involuntária:
  • Qualquer pessoa com problemas mentais que seja um risco de vida para si e para a sociedade;
  • Indivíduos que perderam a capacidade de discernimento e de juízo de valor pelo uso compulsivo de drogas;
  • Dependentes químicos que tenham sido avaliados por um médico, devidamente credenciado no CRM do estado, onde o mesmo atestou através de laudo que o usuário representa um risco de vida para si mesmo e para a vida de terceiros.

Como funciona o tratamento involuntário?

O tratamento involuntário deve ser solicitado pela família do paciente dependente químico ou alcoólatra. Como já dito anteriormente, a pessoa não tem qualquer condição de tomar uma decisão e muito menos tem consciência de todos os riscos associados. Vale destacar que para pedir essa internação, é necessário comprovar a ligação consanguínea, que pode ser qualquer membro familiar ou o responsável legal. Além disso, é necessário um laudo médico atestando que a pessoa está incapacitada de tomar a decisão por si só. Esse pedido pode ser solicitado diretamente em uma clínica de recuperação sp, no entanto, se a família não tiver recursos financeiros, pode procurar uma unidade do CAPS. Em ambos os casos, o dependente deve ser avaliado por um médico e o laudo encaminhado ao Ministério Público.

Conheça a lei sobre internação voluntária

De acordo com a lei, a internação poderá ser voluntária ou não. A internação involuntária dependerá de pedido de familiar ou responsável legal ou, na falta deste, de servidor público da área de saúde, de assistência social ou de órgãos públicos integrantes do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad). O tratamento involuntário terá duração máxima de 90 dias, e dependerá de avaliação sobre o tipo de droga, o padrão de uso e a comprovação da impossibilidade de uso de outras alternativas terapêuticas. Além disso, todas as internações e altas deverão ser informadas ao Ministério Público, à Defensoria Pública e a outros órgãos de fiscalização do Sisnad em 72 horas. A lei estabelece ainda que, independentemente do tipo de internação, deverá ser montado um Plano Individual de Atendimento (PIA), elaborado com a participação dos familiares. Como você viu, para solicitar o tratamento involuntário, é necessário atender a uma série de critérios, já que existe uma preocupação para que essa internação não seja cárcere privado.

Qual a diferença entre internação involuntária e compulsória?

É normal se confundir internação involuntária e compulsória, e embora ambas sejam feitas contra a vontade do indivíduo, são diferentes. A internação compulsória é determinada por um juiz, cuja decisão é tomada a partir da análise de um laudo médico, as condições de segurança oferecidas pela unidade de saúde ao paciente, aos demais internados e também aos funcionários. Portanto, a principal diferença é que no tratamento involuntário, quem solicita a internação é a família, enquanto a internação compulsória é mediante uma decisão judicial. Ou seja, não é necessária a autorização da família ou responsável legal.

Quais os benefícios do tratamento involuntário?

Em primeiro lugar, é importante ter em mente que, as chances de um viciado em drogas, álcool ou medicamentos conseguir superar sua dependência sozinho, é muito pouco provável. Apesar de alguns familiares não concordarem com o tratamento involuntário, saiba que é a decisão mais acertada em casos críticos, caso contrário, as consequências podem ser nefastas. Obviamente que uma das chaves para o processo de recuperação é a motivação do paciente, no entanto, nas clínicas especializadas, por meio de técnicas adaptadas, esse paciente involuntário torna-se voluntário. Isso foi possível porque ele reconheceu que tinha um problema e se conscientizou de todos os impactos negativos do vício. Ao longo do tratamento involuntário, juntamente com a desintoxicação, o objetivo é fazer com que o paciente recobre suas faculdades mentais, e quando tem essa clareza, fica comprometido com o programa. Daí a importância de procurar uma clínica que conte com uma equipe multidisciplinar, que trabalhe essa pessoa na sua integralidade. Um outro ponto que é trabalhado é a probabilidade de recaídas, uma vez que podem ocorrer em algum momento, sendo importante que o dependente aprenda a identificar situações que podem levar a uma recaída.

Conclusão

Não é fácil decidir por um tratamento involuntário, mas é necessário! É uma opção que deve ser considerada quando outras formas de tratamento não tiveram êxito, e claro, em casos de viciados que apresentam tendências suicidas, homicidas ou com problemas com a lei. Obviamente que é normal haver uma certa resistência ou mesmo revolta por parte de paciente, porém, lembre-se que é o melhor que você pode fazer por ele, e por que não dizer um ato de amor? Apesar de não ter como prever que o tratamento involuntário vai dar certo, a chance é muito maior do que nada for feito e a pessoa viver em risco constante!

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